Nao é durante as noites e madrugadas, como atacado por vampiros sedentos de punhos e pescoços, mas é em diferentes minutos das vinte quatro horas que eu sinto o sangue vazar. Acabou, só que mesmo no copo vazio sempre sobra um chorinho de lágrimas a beber. Não devia falar sobre o assunto, eu sei, tocar o hematoma que dói, o roxo cor de dor, que deveria esquecer e viver, contudo suas coisas ainda estao aqui, num cantinho, de cantinho, mas estao. A bola de 15 pontas sempre me aponta as direçoes por onde voce andou pelo meu quarto, pela minha casa, os caminhos que trilhou e agora o vento venta, o sol ensola, a chuva leva e tudo vai indo, devagarinho, pra ter um gostinho. Não sei escrever bem palavras de amor, a desgraça sempre foi meu forte, só que não é isso agora e sim é um tanto, uma mistura, uma coisa, um negócio… Questiono se é o desespero que bate a minha porta ou é o frio do vazio que faz a madeira estralar? Se for o frio, não adianta bater. Se for o desespero, tento lidar sem medo. Sou um desesperado na espera do inesperado. O meu corpo a cobrir o seu, o seu nome a combinar com o meu, o nosso que virou pega que o filho é teu. Filho? Qual vai ser o nome? O que restou? Fotos, mimos, um farelinho dentro da gaveta, a camiseta amarela adocicada. Coisas e mais coisas que só a gente entende, que só a gente viveu e sabe como faz, duma maneira única e exata, como desamarrar os cadarços e amarrar teus dedos. Moça bonita, veja, somos e fomos como vários por ai que só de olhar pro outro fica na dúvida se é aquilo mesmo ou se por trás tem mais para matar a nossa sede. Revejo os bons momentos, lembro dos acontecimentos, deixo a merda cair no esquecimento. Tomo uma cerveja e levanto a cabeça. Nem eu entendo porque escrevi isso, abestalhado dolorido romantico, como nunca entendi porque, onde, como e quando, entretanto. Poderia escrever muito, falar já não me adianta mais, assim como não vai adiantar querer me esquecer. Palavras de amor, ai, ai, como são tolos aqueles que escrevem cartas de amor, mas são mais tolos ainda os que nunca escreveram o amor. Se quiser ler, leia, se não quiser, ria com os quadrinhos. Vai ser melhor. O sangue jorra em diferentes periodos do dia, os vampiros usam filtro solar, coisa que você sempre me disse pra fazer, assim como me disse pra te escutar. Só que nem orelhas de Dumbo me tirariam de tal surdez. Azar.

Sobre Gabriel

Eu apenas escrevo. Se é pra ler, dai é com você.
Esse post foi publicado em Uncategorized. Bookmark o link permanente.

Deixe um comentário